segunda-feira, 25 de maio de 2009

Arquivos Teatro Oficina

Zé Celso

Maria Alice Vergueiro

Pequenos Burgueses



Rei da Vela







Na semana passada estive no arquivo Edgar Leuenroth, na Unicamp, já que fui informada que lá existem documentos do Teatro Oficina, experiência vital/teatral que considero um marco nas Artes Cênicas brasileiras.








Logo na primeira pasta entregue me deu aquele nó na garganta, pelas histórias desfeitas, tanta gente que vai, a solidão expansiva/criativa do artista, o papel de cada um, agora desbotado nas fotos para a construção de um acervo.








São fotos simples, com gente sentada na mesa, peixes em piscinas naturais do nordeste, crianças brincando, nada que eu ou você não faríamos. Justamente aí, ao abrir a segunda pasta, com Salvador como cenário, me veio uma felicidade sem igual pelo teatro ser encarado como vida. Os intérpretes, mesmo sem a cena, estavam inseridos nas loucuras cotidianas, felizes pro conviver com as pessoas e espaços ao redor, gente brasileira, simples, antropofagia descendente, mas o lugar onde vivemos



Uma porção de elementos desordenados passavam pela minha cabeça, como ritual, gestos enérgicos, expressividade, expressão, intensidade, coragem corpotal, cena, "pelo curta cultural -, contra a especulação comercial", varais, Lula, Nixon, Disney, procissões, sertões, SP colorida, verborragia, prisão, , nudismo, publicidade, comunicação, arte.



Me lembrei que Zé Celso estava apreensivo quanto ao destino deste acervo, espécie de materialidade de sua memória. Mas de certa forma isso "é" sempre, parece não combinar com o "será". Este é o vazio do artista quando a hora passa. Seu espaço é poesia e amanhã, fotografia.



Evoé!


tc


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