
Há uma forte negação a isto inicialmente, porém, com uma qualidade de abordagem onde o outro é convidado, ou melhor, convocado a redefinir o caos junto ao produto artístico, percebemos pela prática que o público é sedento e não sedentário.
Partindo da premissa de que tudo é fenômeno, acontecimento, que depende da percepção para definir se vai ou não vai, do ponto de vista de cada um que escolheu este "espaço arranjado para o olhar"- pois é mais ou menos isso que diz a etimologia - temos que nos abrir ao impalpável, às avaliações variáveis, por isso também a idéia de que cada um no coletivo é parte também autônoma de uma tendência em definição ou não.
Assim como na dramaturgia, o processo criativo teatral é uma trama, as vezes absurda, quase ficcional enquanto história que tentamos reter dentro do nosso campo confortável de exposição, a história que podemos contar para os outros do que fomos naquele momento efêmero. Mas, como disse, ele acontece, se materializa e já não importa a arrumação, dimensão, o ponto, o nó. Eles estão, mas não são mais fortes que a sensação de desejo, a tentação de fazer a mesma crueldade de novo, senão o próximo insight paralisa, a relação enquanto fenômeno se esgota. A instabilidade nos ajuda a ir em frente, criando nosso território teatral quando o tempo passa.
"Já vimos suas misérias, contradições, e seria possível insistir ainda sobre suas pretensões frequentes a uma "objetividade" interpretativa, a uma "verdade". Mas, múltiplo em seus sentidos, o objeto artístico mantém uma relação tão complexa com a cultura que se mostra inesgotável e inapreensível. Quer queiram, que não, os textos são sempre "incidentais": iluminam certos aspectos, chamam a atenção para outros, constroem relações ligando obras entre si, ou à história, à sociologia, à psicologia, à filosofia; mais tais análises são sempre parciais, porque a obra acaba sempre escapando ao desvendamento total" Jorge Coli - O que é Arte
Continuemos muchachos!!!!!!!!
tc
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