terça-feira, 30 de outubro de 2007

TERÇA INSANA!


E os Cruéis assinam: Pesquisar, improvisar, tentar. Criar novas formas. Estamos sujeitos a estas experiências quando optamos pelo espaço que o outro escolhe para ver. Assim, um processo teatral nunca é neutro, não está atento a uma só forma, a um só núcleo. Automaticamente mexemos com vários códigos da comunicação humana, pois lidamos com associações que criam um novo objeto : a obra.
A própria efemeridade do palco nos conduz ao novo, ao híbrido e nos cabe a pergunta: o que devemos ou não devemos misturar, usar, ousar? Até o fim o teatro necessita de uma mecânica enérgica. Independente de suas localizações espaciais, temporais, sociais, ele é e produz ecos e se torna presente porque é capaz de “ler” o que já existe através de novos olhares.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

SEGUNDA AFLITA

Merleau Ponty completa:

“O pensamento moderno é difícil, inverte o senso comum porque tem a preocupação da verdade, e a experiência não lhe permite mais ater-se honestamente às idéias claras ou simples às quais o senso comum se apega porque elas lhe trazem tranqüilidade... temos um mundo em que os objetos não conseguiriam estar em identidade absoluta com eles mesmos, onde forma e conteúdo estão como que embaralhados e mesclados, e que, por fim, não oferece mais esta estrutura rígida que lhe era oferecida pelo espaço homogêneo. Torna-se impossível distinguir rigorosamente o espaço das coisas no espaço, a idéia pura do espaço do espetáculo concreto que nossos sentidos oferecem”

domingo, 28 de outubro de 2007

DOMINGO SANGRENTO DOMINGO

Moral do dia: "...para que haja uma ação ou uma contemplação estética qualquer, uma condição fisiológica preliminar é indispensável: a embriaguez.É preciso em primeiro lugar que a embriaguez tenha aumentado a irritabilidade de toda a máquina.........Nietzsche

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sthephany agradece!!


Sthepanhy Sophia vem aqui agradecer o resultado da pesquisa e responder as seguintes dúvidas:
ABALAR significa mandar a bala (Recorde absoluto!)
PROVOCAR é bater nas meninas
ALUCINAR é o segredo mágico
PALHAÇA é aquela bixa que votou neste item pra mim
ah, o resto vcs conferem na rádio Guilda!!! É a night, o verão, as modelos, os tops, ahhhhhhhhhhhhhhhhh..AH, AS ENQUETES VEM AÍR.......

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

É dito e tal

Como escrever um edital? Como concorrer? Como crescer? Como criar? Como ser a Miss Garota Nota DEZZZZ??? Como se desesperar? Faça um workshop gratuito esta semana com os cruéis tentadores!!!!!!!!!ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

domingo, 21 de outubro de 2007

QUE BLOG É ESSE?

Amigos, o blog anda um pouco sem movimento devido a movimentos externos de criação e rebeldia!!!Já já retomaremos as atividades!!!!!!!TEBA!!!!!!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Híbrida...Híbrida...Híbrida!!!!

As reuniões do projeto mais quente do verão já começaram. A partir da primeira sexta e sábado de novembro o Cruéis Tentadores estará no Teatro Gamboa com a RÁDIO HÍBRIDA
Os temas ainda são secretos, mas o público sintonizará a rádio em seis programas (dublagens, músicas, enquetes, convidados, participações de ouvintes, recados picantes e muito mais!!!!)
Anota aí na agenda!!!
Hoje os cruéis Marcelo, Tatiane, Leonardo e Vanessa se reuniram na Maison da Oito de Dezembro!!!Muito bom!!!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Artaud


" A escrita é um prazer masturbatório, pois se trata de fato de se

olhar gozar estuprando a folha branca que me serve

de testemunha!"

Corpo sem órgãos

"É sobre ele que dormimos, velamos, que lutamos, lutamos e somos vencidos, que procuramos nosso lugar, que descobrimos nossas felicidades inauditas e nossas quedas fabulosas, que penetramos e somos penetrados"

Deleuze

HAMURABI COMENTA

Guilda: Uma Odisséia Trans-Hibrida

Em meados da década de 60, as odisséias humanas reportavam ao espaço. Quase meio século depois, o homem entra em seu núcleo, literalmente, para recriar a si mesmo.
Hoje vivemos uma época que pode ser chamada de trans. Transformações políticas e sociais, transições de governo, trânsito de informações, transmutações genéticas. Inicio de milênio, estamos aprendendo a lidar com novas idéias, novas formas, novas raças, novas espécies, novos seres. São transgênicos, transgêneros, transexuais. Até a gordura do biscoito é trans. Sem eufemismos ou metáforas.
Atordoados por revoluções conceituais, perdidos em ideologias e esoterismos, não saímos mais às ruas para protestar. Não enfrentamos de peito aberto os tanques militares, não ficamos nus na lama dos festivais de música, não somos presos nem exilados. Introjetamos. Nos acorrentamos ao egoísmo e nos exilamos do mundo externo.
Nos anos que seguem a virada do século, procuramos nossas respostas no nosso íntimo. E as aplicamos no nosso próprio corpo, na mente, no sexo, no soma. Nos voltamos para dentro. E abundam cirurgias plásticas, terapias inter e transpessoais, hormônios anabolizantes ou catabólicos, a depender de cada interesse particular. Pois somos cada vez mais particulares, privados, individuais, sozinhos.
Neste admirável novo mundo, ainda perdido em crises de identidades, o que se encontra no meio do caminho é híbrido. Nem cá, nem lá. Já deixou de ser, mas ainda não é. E como numa crisálida, que já perdeu a voracidade de lagarta, mas ainda não possui o encanto de borboleta, encontramos os seres híbridos de Guilda.
A peça Guilda retrata e caricatura este novo apanágio da sociedade contemporânea: a autotransformação. Os seus personagens híbridos, mais do que representarem seres mistos, resultado da união de duas espécies distintas; mostram criaturas em estado de transformação. Sob variados estágios, nos revelam diferentes faces da nossa sociedade, da nossa personalidade. Insatisfeitos, incômodos, inconseqüentes, inconclusos. Assim são eles, assim somos nós.
Guilda também se distancia de padrões estabelecidos e rígidos para transcender a uma forma de espetáculo que poderia situar-se entre Brecht e o Teatro de Revista. Também híbrida, a peça nos faz rir do ridículo, do exagero, do descabido, de nós mesmos. Dos nossos fantasmas e fantasias, das nossas vergonhas louváveis e dúvidas arrogantes. A montagem revela o poder de chocar com o brilho, entreter com gritos e excitar com o escuro. O oposto do dejá vu. A vanguarda. Ou algo entre os dois.
k

MARCELO COMENTA

O HIBRIDISMO
Por Marcelo Sousa Brito

O corpo sempre foi um elemento essencial na minha carreira artística. É a partir do corpo que meus personagens nascem, quer dizer, de fora para dentro e é através dele que eu contribuo com outros interpretes a criarem seus personagens com o trabalho de preparador corporal. Com isso, a aplicação no estudo do corpo se torna maior.
Nesta aventura na busca de um corpo “vivo”, já passei pela dança, pelo teatro físico, pela dança-teatro, pela performance e pela mímica corporal dramática, o que me qualificou profissionalmente como ator-dançarino.
O hibridismo entra aí, neste momento de renovação, da busca de algo novo dentro deste corpo que eu imaginava conhecer muito bem: o meu corpo. Depois de muita pesquisa e experimentações através de exercícios propostos por estudiosos do teatro como Antonin Artaud, Jerzy Grotowski, Tadeuz Kantor é que cheguei ao hibridismo e todas as suas possibilidades.
Artaud pregava a busca de um corpo angelical, um corpo sem órgãos para que nasça a partir daí, uma multiplicidade corporal, o que se torna um limite para o ator e não um ponto de chegada. Um corpo político que se opõe a toda forma de organização. Ele é vazio e pleno por isso mesmo, o que resta quando tudo foi retirado, uma mistura de masculino e feminino na produção de um caos necessário para uma criação a partir do “nada”. E quando alcançamos este “nada”, este “vazio” é que começamos a viajar pelo nosso corpo sem preconceitos e sem limites. Um corpo sagrado, uma volta ao útero materno.
Com a modernidade este conceito de corpo híbrido sofreu várias interferências e foi absorvido por vários segmentos. A escritora e ensaísta cultural argentina Beatriz Sarlo traz uma nova vertente para este conceito que é o corpo tecnificado, onde podemos citar algumas formas de se enquadrar nesta prática: como a body-art e as intervenções cirúrgicas como as que são feitas pelos travestis. Para a escritora “o travestismo é a maximização dos traços sexuais da mulher. O que define sistematicamente o corpo da mulher, os seios e a cintura, são levados pelas travestis à sua hipérbole. Um corpo que busca, através de repetidas intervenções, a combinação de limites físicos e limites técnicos”.
As possibilidades de transmutações oferecidas pelas intervenções cirúrgicas e pelo culto ao corpo vêm realizando o sonho de muita gente de transformar o corpo, mudar, alterar traços e brincar de Deus, como é o caso de muitas transexuais que lutam na justiça para realizarem a intervenção cirúrgica de mudança de sexo.
Seja no corpo sem órgãos (uma conquista ritualística) ou no corpo tecnificado (uma conquista de direito), o corpo híbrido é a forma de chegar até os dois conceitos de uma forma mais plena, através da arte de entender o corpo-objeto.