quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Alvenaria


por tatiane carcanholo


Deixa as mágoas/
Saudade passa,
senão mata /
Já vivi longe mesmo estando/
O poço é dentro/
não tem fundo/
não tem centro./
Peso carregado nas perdas/

Amores, pernas cansadas/

Amizades,dissabores/

sabores e mancadas/
só resta comprar outro ticket/
ver o que tenho /
mastigar as próprias palavras/
já nasci comigo mesmo





A morte importa as pessoas amadas
escolho viver/
assumir minha idéia guia/
doutriná-la para segurá-la/
entender que não há nada que faça/
que altere o destino outro.






Comover não é viver emocionado


é escolher como ver as coisas de fato/




A beleza do afeto, do cachorro, do quintal, do anonimato/


da não satisfação para não satisfazer a si mesmo


porque as coisas acabam no poço

fundo de uma alma inacabada




dou meu ente ao mundo/



porque não sou doente/


sou gente/



sou o humano,/



raso, largo e profundo.

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