terça-feira, 2 de junho de 2009

Algo além de uma forma geométrica?


Para Amós Heber


A pior coisa de se pensar em fazer uma pesquisa científica é deixar o orgulho de lado em nome da escolha. Cada vez que você encontra uma frase, uma foto, um argumento, dá vontade de fazer dez mestrados e mais uns tantos doutorados, porque não seria algo que vc "desencanaria" facilmente em sua trajetória, nem tampouco algo que não gerasse uma transformação.
A questão é que acredito que o profissional de artes ou, como diz a brincadeira e espero que seja "o ser humano profissional", necessita sempre estar em contato. Acho até engraçado nas jornadas de exposição de pesquisas, que cada um tenha descoberto que linha seguir e lute por ela, pelo menos a explore até um pseudo final de vida, academica ou não. Nestes meus 23 anos de teatro já mudei tantas vezes, com avaliações positivas e negativas, como pólos que não chegam a se desencontrar, gosto mais de pensar nos meus 29 por aí.
Cada processo, embora lide com certas lógicas da criação, é único e eu como ser sensível me enxergo passando por várias nuances diferentes dentro deles, quase sem defesa, apenas com registros singelos, principalmente quando me imagino como atriz, este ser que constrói sua carne a partir da mudança, que passa por processos diferenciados.


Não se trata de: ah, vai fazer um trabalho comercial então, porque não é bem essa a linha. A questão é, existiriam mais possibilidades, até mesmo encarando o erro, se os temas e conceitos fossem outros, se pudesse falar aqui aquilo que só encontrarei "orientação" no Japão, se não precisasse de tamanhos enquadramentos ou de tamanha elocubração pra dizer? Afinal, o teatro superou a comunicação enquadrada em sua essencialidade e projeto social? Ele precisa disso? Ele existe? E o que eu preciso? Eu só sei falar português. Já sei. Tenho uma pesquisa e não sei fazê-la melhor do que ninguém. Não consigo deixar colaborações, mas ainda preciso de uma bolsa, materna.
tc

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